A realidade virtual é uma simulação artificial que pretende tornar a interacção entre os utilizadores e os ambientes gerados por computador o mais realista possível. Esta interacção implica não só a percepção do ambiente através dos nossos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfacto, gosto e tacto) mas também a sua manipulação, isto é, o ambiente é modificado pelo utilizador através de interfaces naturais que possibilitem, por exemplo, controlar objectos virtuais através de gestos. Esta tecnologia pode ser aplicada para treinar os utilizadores para situações do mundo real e alterar a sua sensibilidade a determinados estímulos, tendo vindo a ser aplicada em diversas doenças neurológicas.
A electroencefalografia (EEG) é uma técnica não invasiva utilizada para registar a actividade cerebral. O sinal eléctrico proveniente da comunicação entre os neurónios é medido por eléctrodos (sensores) colocados no couro cabeludo. Desta forma, este método permite um registo gráfico das correntes eléctricas do cérebro, tendo uma resolução temporal da ordem dos milissegundos, embora uma resolução espacial limitada. A EEG é frequentemente utilizada para monitorização e diagnóstico de várias doenças, como a epilepsia, a esquizofrenia e distúrbios do sono. Este procedimento não causa qualquer dor nem implica cuidados adicionais.
Eye-tracking é uma técnica que permite registar os movimentos oculares fornecendo-nos informação sobre o movimento, posição e duração do olhar. Existem vários tipos de eye-tracker, os do tipo móvel (óculos) e os do tipo fixo (barras ou monitores). Estes emitem uma luz infravermelha (invisível e sem qualquer perigo para o olho humano) que é reflectida pela córnea, mas que é absorvida pela pupila, permitindo o seu reconhecimento pelo sistema. Esta técnica é usada para estudos do sistema visual, de psicologia e linguística e, nos últimos anos, o seu raio de aplicação estendeu-se ao comportamento do consumidor, possibilitando aos profissionais de marketing entender para que informações e aspectos visuais os consumidores direccionam o seu olhar.
A tomografia por emissão de positrões (PET) é uma técnica de imagem de medicina nuclear que utiliza moléculas que incluem um componente radioactivo (radionuclídeo). Quando administradas no corpo humano, estas moléculas permitem detectar e localizar reacções bioquímicas associadas a determinadas doenças. Assim, as moléculas marcadas funcionam como sinais fluorescentes e, quando o doente é colocado num detector de radiação, as zonas mais activas do organismo surgem como pontos luminosos. Esta técnica é usada principalmente para diagnóstico e seguimento de doentes oncológicos, sendo também usada na área da cardiologia e neurologia.
A neuroestimulação é uma técnica não invasiva e indolor que permite modular a actividade eléctrica do nosso cérebro, influenciando assim a função cerebral. Trata-se de uma técnica já amplamente estudada no âmbito de intervenções terapêuticas em adultos (por exemplo, depressão, AVC e dor crónica) e, nas últimas décadas, em crianças e adolescentes (por exemplo, perturbação do espectro do autismo, perturbação de hiperactividade e défice de atenção e epilepsia). Os efeitos secundários que podem advir da sua utilização são mínimos e reversíveis, ou seja, são manifestações temporárias (por exemplo, comichão e rubor na zona de estimulação).
Com a ressonância magnética (RM) podemos, de forma não-invasiva, ver imagens da estrutura do cérebro e obter informação sobre várias moléculas. Podemos ainda registar os padrões de actividade que ocorrem em áreas específicas do cérebro quando realizamos alguma tarefa, como por exemplo, mexer os dedos. A obtenção de imagens de RM é muito simples e apenas requer que os participantes estejam deitados no scanner durante alguns minutos onde podem estar a ouvir música, a ver um filme ou realizar uma tarefa. A RM é uma técnica segura sem utilização de radiação nociva, não apresentando riscos para o participante. Não necessita de anestesia nem injecção de agentes de contraste. Cada participante poderá ficar com um CD com imagens do seu cérebro.